Recentemente, vimos voltar às manchetes dos principais jornais e revistas um velho conhecido, o vírus HPV. Esta é a sigla em inglês de papiloma vírus humano, conhecido como causador das verrugas genitais e principalmente, do câncer de colo de útero. Sua principal forma de transmissão é a relação sexual sem proteção com a pessoa contaminada, sendo considerada a doença viral sexualmente transmissível mais freqüente no mundo todo. Estima-se que até 70% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas pelo HPV em algum momento de suas vidas. O vírus é responsável por cerca de 500 mil casos de câncer de colo de útero em todo o mundo. No Brasil, o câncer de colo de útero é uma das principais causas de morte entre as mulheres, principalmente na região Norte e Nordeste.
Até agora, foram descobertos mais de 100 subtipos diferentes capazes de infectar os seres humanos, identificados por números (subtipo 6, 11, 16, 18, 31, 34 e etc) e divididos em 2 grupos: os mais agressivos, com maior potencial para o desenvolvimento do câncer (os tipos mais freqüentes deste grupo são o HPV 16 e 18) e os de maior potencial para causar lesões benignas, como as verrugas genitais (tipos 6 e 11), principalmente, na região genital e anal de homens e mulheres. É importante ressaltar que a presença de qualquer uma destas lesões aumenta o risco de contaminação pelo HIV.
O período de incubação do vírus (o tempo que leva entre a infecção e o aparecimento da lesão) permanece indeterminado, podendo durar meses ou até anos. É perfeitamente possível desenvolver uma lesão atual mesmo que a contaminação tenha sido há muitos anos. Portanto, fica praticamente impossível determinar quem é o responsável pela contaminação do/a parceiro/a ou a época exata da contaminação. Esta informação é fundamental, pois o HPV tem sido motivo de discórdia e desconfiança entre muitos casais.
Nos últimos anos, muito tem sido falado sobre o HPV e o risco de câncer. Não existem dúvidas que o HPV está presente em 100% dos casos de câncer de colo de útero e que também está relacionado ao câncer de pênis e de intestino. Entretanto, o fato de estar contaminado pelo vírus não significa necessariamente que o câncer se desenvolverá. A realidade é que menos de 3% das mulheres contaminadas desenvolve o câncer de colo útero. Na maioria das vezes, a infecção é transitória e o corpo saudável desenvolve mecanismos de defesa contra o vírus (os anticorpos) eliminando-o completamente do organismo em aproximadamente um ano após a infecção.
Todos os tratamentos disponíveis até o momento são direcionados para a remoção das lesões produzidas pelo vírus ou para reforçar o sistema imunológico da pessoa contaminada. Ainda não existe um tratamento específico para eliminar o HPV do corpo. Está sendo desenvolvida uma nova vacina contra o vírus capaz de evitar a contaminação pelos subtipos mais freqüentes (6, 11, 16 e 18) em até 90% dos casos.
A forma mais barata e eficaz de detectar a presença do HPV ainda é a realização do exame preventivo. Toda mulher que já iniciou a vida sexual
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