26/03/2013

PEDRO CHEQUER, critica a posição tomada pelo Governo do Brasil

Representante da ONU volta a criticar governo brasileiro por suspender
distribuição do kit gay nas escolas

A Organizações das Nações Unidas (ONU) criticou a decisão tomada pelo
governo da presidente Dilma Rousseff de suspender a distribuição do
material apelidado de kit gay nas escolas públicas do país.

A crítica aconteceu através de declarações de Pedro Chequer,
coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids no
Brasil (UNAIDS).
Chequer é representante da ONU e afirmou que a decisão pode transmitir
a ideia de que "a mensagem de independência pode ser substituída por
uma postura retrógrada, de quem restringe suas ações em virtude de
dogmas religiosos".
As críticas de Chequer são bastante diretas e endereçadas a cristãos:
"Urge lutar para a retomada do Estado verdadeiramente laico porque em
muitos países estamos vendo como o fundamentalismo religioso — dos
pentecostais no Brasil ou dos católicos em muitos países
hispano-americanos católico — prejudica seriamente o combate à AIDS",
declarou ele.
O material foi elaborado pelo governo Lula, mas devido à proximidade
das eleições presidenciais de 2010 foi retido, tendo sua distribuição
iniciada durante o governo de Dilma Rousseff.
Porém, perante as manifestações da sociedade e principalmente de
lideranças evangélicas, a presidente decidiu suspender a distribuição.
Essa não é a primeira vez que Pedro Chequer critica o posicionamento
adotado pelo governo devido a protestos de evangélicos. Em 2012,
durante o Terceiro Seminário Nacional de Direitos Humanos e DST/AIDS,
Chequer afirmou que ao ceder a pressões de "minorias organizadas", o
governo acabava "violando direitos" de outros cidadãos.
Recentemente, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o governo voltou
a adiar a distribuição do kit gay, sob ordens do ministro da saúde,
Alexandre Padilha.

Há possibilidade de que a suspensão tenha ligação com a proximidade
das eleições presidenciais de 2014.
O pastor Marco Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos e
Minorias (CDHM) aprovou a decisão tomada: "O ministro nada mais fez do
que honrar um compromisso de governo.
A bancada evangélica já havia manifestado o receio de que o kit
circulasse novamente [...] Temos a garantia de que qualquer material
de conteúdo mais polêmico não circule antes de ser avaliado e sem a
nossa aprovação", disse o deputado.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
fonte: http://noticias.gospelmais.com.br/onu-criticar-governo-suspender-distribuicao-kit-gay-51724.html


Verônica Lourenço
Consultora em Gênero e Raça para Equidade em Saúde da População Negra
Conselheira Titular do Conselho Nacional de Saúde
Representante do Segmento de Usuários - L G B T T
Articuladora Nacional da L B L
--
" ser negra (o) não é questão de pigmentação, é resistência para
ultrapassar a opressão"
http://fuxicodeterreiro.blogspot.com

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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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