27/10/2013

MAMOGRAFIAS


"Começar a fazer mamografias antes dos 50 anos pode aumentar o risco de exames com resultados falso-positivos", artigo

Noticiado em: 05/10/2013
Artigo
A rotina das mulheres vem mudando nas últimas décadas, principalmente nas grandes metrópoles. Por conta de compromissos profissionais, tornou-se comum a primeira gestação após os 30 anos de idade, o número médio de filhos por mulher diminuiu assim como o tempo de amamentação. Além da diminuição desses fatores protetores, houve um aumento de fatores de risco como a obesidade na pós-menopausa, o consumo frequente de bebidas alcoólicas e o uso prolongado da terapia de reposição hormonal.

Essa realidade das mulheres, associada ao envelhecimento populacional, vem causando aumento das taxas de incidência do câncer de mama. De acordo com o Inca, serão mais de 52 mil novos casos diagnosticados em todo o país em 2013. Estima-se que quase 30% desses casos poderiam ser prevenidos por meio de uma alimentação saudável e pela prática rotineira de atividades físicas.

As atenções se voltam cada vez mais para o problema, surtindo, também, exageros em torno dos chamados exames preventivos, como é o caso da mamografia de rotina em mulheres saudáveis. A orientação do Ministério da Saúde é fazê-la, a partir dos 50 anos, uma vez a cada dois anos, até os 69 anos, e sua finalidade é a detecção precoce do tumor, e não propriamente sua prevenção. A incidência deste câncer tende a aumentar com a idade e as pesquisas apontam que o maior benefício dos exames de rotina é obtido justamente na faixa etária de 50 a 69 anos.

Além disso, a mamografia não tem a mesma acuidade nas mulheres mais jovens, já que elas possuem mamas mais densas. Dessa forma, começar a fazer mamografias antes dos 50 anos pode aumentar o risco de exames com resultados falso-positivos e de biópsias desnecessárias, sem contar o risco muito pequeno de indução de câncer pela radiação. Da mesma forma, fazer a mamografia anualmente dobra os riscos sem praticamente alterar os benefícios que podem ser obtidos pela realização do exame uma vez a cada dois anos.

Além da mamografia de rotina, é importante que a mulher conheça seu corpo e esteja atenta para alterações. Se perceber algo fora do habitual em suas mamas, deverá procurar logo um médico. Geralmente o câncer de mama não está associado à dor mamária. Na verdade, o principal sinal sugestivo de câncer é a presença, na mama, de um "caroço" endurecido e fixo. A saída de líquido de forma espontânea por apenas um dos mamilos (bico do peito) também é suspeita.

Outros sinais que devem chamar a atenção das mulheres são a presença de caroço na axila, mudanças na pele da mama (retração ou aparência de "casca de laranja") e vermelhidão ou mudança na posição ou formato do mamilo. As alterações benignas são muito mais comuns - especialmente em mulheres jovens -, mas só uma avaliação profissional poderá definir o diagnóstico.

Arn Migowski 
Médico epidemiologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca)

 

 


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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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