05/06/2013

VAI PRA CASA PADILHA!

Ações querem pressionar a saída do ministro da Saúde por suas atitudes de censura a campanhas e sintonia com setores conservadores 

Organizações não governamentais com trabalho em Aids e outras patologias estão lançando a campanha "Vai pra casa Padilha". O movimento manifesta sua insatisfação com a gestão do atual ministro Alexandre Padilha. As ONGs reclamam das ações conservadoras do ministro como o veto ao material direcionado a adolescentes sobre sexualidade e saúde reprodutiva e a recente suspensão da campanha direcionada a prostitutas. Os manifestantes também indicam os "retrocessos" na atual gestão como o investimento em comunidades terapêuticas de orientação religiosa no tratamento de usuários de crack, em detrimento a política de redução de danos e a falta de autonomia do Departamento de DST Aids na definição de estratégias voltadas a populações vulneráveis. 

"Já cansamos de reclamar, pedir audiências, manifestar nossa contrariedade e participar de reuniões sem solução, com esta gestão e esta política fica impossível tratar a saúde publica com qualidade e respeito", afirma Rodrigo Pinheiro do Fórum de ONG Aids de São Paulo. 

Segundo o ativista o número de ONGs com trabalho em Aids tem diminuído devido a falta de apoio governamental. A diminuição de editais e de recursos destinados às ações de prevenção tem se refletido na diminuição do trabalho das organizações. "Desta forma poderemos ter uma ampliação dos casos de Aids, principalmente entre as populações vulneráveis dificilmente acessadas pelos serviços do Estado", analisa. 

O movimento pretende a adesão de outros segmentos sociais como grupos de movimentos LGBT, mulheres, negros e outros e demais segmentos com atuação junto a pacientes de hepatites virais, tuberculose e Hanseníase entre outros. " Vamos nos dirigir diretamente a presidente Dilma pedindo uma nova forma de gestão no Ministério da Saúde e uma nova equipe mais aberta ao diálogo e sem pretensões políticas eleitoreiras, " explica Rodrigo. Também estão previstas ações nas redes sociais e manifestações nos diversos estados, além da elaboração de um documento a ser direcionado a presidente Dilma Rouseff. 

Contatos 

Fórum de ONG Aids de São Dstaidssp Sms São Paulo
Fórum de ONG Aids Rio Grande do Sul

GESTÃO DE RETROCESSOS 
Área mais mal avaliada do Governo Federal 
A Saúde é a área mais mal avaliada do Governo Federal . Pesquisas de opinião mostram que saúde é a área de atuação do governo atual que obtém pior avaliação da população. Segundo o mais recente levantamento feito pelo Ibope, por exemplo, 67% dos entrevistados desaprovam o desempenho da presidente no setor e somente 30% o aprovam. 

Ações de assistência insatisfatórias 
Há clara falta de profissionais de saúde o que se reflete no atendimento tardio das consultas e na impossibilidade de atendimento de casos novos. Da mesma forma, não se encontram soluções para quem tem necessidade de cirurgias reparadoras.

Ações de prevenção se mantêm estacionadas em realidades ultrapassadas. 

Há urgência de se repensar novas práticas e estratégias como a efetiva implementação de novas tecnologias como a PEP (profilaxia pós-exposição sexual) que não tem acontecido, bem como mais discussão sobre a PrEP (profilaxia pré exposição). Também a carência de insumos de prevenção, sobretudo o destinado à população feminina, é uma difícil realidade em vários estados, como também o comprometimento de estados e municípios na aquisição destes insumos. Há necessidade de repensar a logística de distribuição a partir da esfera federal até municipal. 

Censura a Materiais 
No início de 2012, o MS recuou da campanha de carnaval que seria lançada com foco nos jovens gays para a prevenção da Aids no Carnaval. No último mês de março, a pasta, por determinação do governo, havia mandado recolher um kit de prevenção de Aids dirigido a adolescentes. O material abordava temas como homossexualidade, drogas e gravidez. Agora foi a vez do veto a material direcionado a prostitutas. 

Exoneração do Diretor 
A demissão do diretor do Departamento Nacional, Dirceu Greco, por ter promovido a campanha direcionada as prostitutas foi mais um gesto de truculência e descompromisso do ministro com as populações vulneráveis.

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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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