07/06/2013

Fwd: VACINA CONTRA O HPV - O que é necessário saber!

Nessa história de HPV, há muita gente comprando gato por lebre. Na tentativa de contribuir para o consumo consciente, preparei um guia para sobreviver aos vendedores. Se você achar que as informações são úteis, espalhe.  

A vacina contra o HPV é grande coisa?
Sim. A descoberta de que o vírus pode causar câncer de colo do útero rendeu um prêmio Nobel de medicina. O impacto social da vacina pode ser enorme. Nas áreas pobres, onde as mulheres não têm acesso a exames papanicolau e os homens nunca viram um urologista, a vacina pode reduzir drasticamente os casos de câncer de colo do útero, ânus, pênis e orofaringe.

O HPV sempre provoca doença?
Não. A cada 100 indivíduos sexualmente ativos, 75 adquirem o HPV ao longo da vida. Desses, 60 eliminam o vírus naturalmente. Isso mesmo: naturalmente. Sem fazer nada contra ele, sem sequer perceber que foi infectado.

O que acontece com os 15 que permanecem infectados?
Dez terão o vírus latente, sem qualquer lesão visível. Quatro terão lesões detectadas por exames, como o papanicolau. Se não tratadas, podem virar câncer. Apenas um terá verrugas genitais. Elas são benignas, mas incomodam.

Quem tem infecção latente (sem lesões visíveis) transmite o vírus?
Não se sabe com certeza. Se houver poucas cópias virais do HPV no organismo, ele não é transmitido.

Qual parcela das mulheres infectadas pelo HPV terá câncer do colo do útero?
Apenas 0,5%. Repito: 0,5%.

Qual parcela dos homens infectados pelo HPV terá câncer de pênis?
0,05%. Sim, você leu direito. Isso não é erro de digitação: 0,05%.

Quando a pessoa pega o HPV e fica naturalmente imune ao vírus, a proteção dura para sempre?
Nem sempre. É possível que um indivíduo que tenha adquirido o vírus em algum momento da vida e ficado naturalmente imune por muito tempo volte a adquirir o mesmo HPV se for exposto a ele novamente.

Quem pega o HPV nunca mais se livra dele?
Não é verdade. Com tratamento adequado, a pessoa que não eliminou o vírus naturalmente pode se curar e deixar de transmiti-lo.

Se tomar a vacina, a pessoa fica livre de todos os tipos de HPV?
Não. Existem cerca de 200 tipos de HPV. A vacina Gardasil, da Merck Sharp & Dohme, é quadrivalente. Ou seja: protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18. Eles são responsáveis por 70% dos tumores do colo do útero e por 90% das verrugas genitais. A vacina Cervarix, da GlaxoSmithkline, é bivalente. Protege contra os tipos 16 e 18, que podem provocar câncer.

Quem toma a vacina pode adoecer por causa de outros tipos de HPV?
Sim. As vacinas não protegem contra todos os tipos causadores de lesões genitais e câncer. É possível que no futuro surjam uma segunda geração de vacinas, capazes de oferecer proteção contra um número maior de subtipos do vírus.

Quem tomou a vacina pode contrair a doença?
Pode. As vacinas protegem contra alguns tipos virais (e não todos) e sua eficácia não é total – gira em torno de 80%. A possibilidade de infecção existe, mas o risco de desenvolver a doença é baixo. É possível que o corpo se livre do vírus sem manifestar nenhum sintoma ou reação.

Quanto tempo dura a imunidade conferida pela vacina? 
O tempo de proteção ainda não foi estabelecido. Daí a importância de seguir as pessoas vacinadas, o que está ocorrendo em diversos países, sob os olhares atentos da Organização Mundial da Saúde. Até agora, passados cerca de dez anos de seguimento de jovens vacinadas durante os ensaios clínicos, as duas vacinas registram o mesmo tempo de proteção. Espera-se que o mesmo ocorra em relação aos meninos e rapazes que estão sendo acompanhados há menos tempo.

Depois de cinco anos, é preciso tomar a vacina outra vez? 
Até o momento, não há nenhuma indicação de necessidade de reforço.

É possível fazer um teste para saber se a pessoa já teve contato com o vírus e, dessa forma, evitar gastos desnecessários com a vacina?
É possível, mas não serve para muita coisa. O teste é capaz de indicar que a pessoa teve contato com o HPV, mas não revela qual foi o subtipo. Mesmo que a pessoa soubesse qual foi o subtipo que causou a infecção, a vacina pode protegê-las contra os outros subtipos.

Qual é o melhor momento para tomar a vacina?
O ideal é recebê-la antes do início da vida sexual. Quem não é mais virgem também pode ter benefícios. Mesmo que a pessoa tenha sido infectada por um dos tipos de HPV, a vacina quadrivalente pode protegê-la de outros três tipos. Ainda que o câncer de pênis seja raro, os rapazes também podem ser vacinados. Isso ajuda a quebrar a cadeia de transmissão. Com mais rapazes vacinados, a chance de transmissão do vírus para as moças cai bastante. No caso dos homossexuais, o risco de câncer anal também diminui.

A mulher vacinada pode deixar de fazer o exame papanicolau?
Não. A vacina não protege contra todas as causas de câncer do colo do útero. O exame que detecta lesões pré-cancerosas causadas por outros tipos do HPV continua sendo fundamental. Se descobertas precocemente pelo exame, elas lesões podem ser tratadas e nunca virar um câncer.

A vacina é segura?
Os estudos sugerem que sim. Ela não é feita com o próprio vírus, e sim com partículas virais criadas em laboratório. Elas não contêm o DNA do vírus. Cerca de 85% das voluntárias relataram efeitos colaterais leves. Dor de cabeça, febre branda, pequeno inchaço no braço. Os sintomas desaparecem no dia seguinte. Nos estudos internacionais, houve casos de morte súbita. Nenhuma das mortes, porém, pôde ser relacionado ao uso da vacina.

Quem toma a vacina pode dispensar a camisinha?
Não. A camisinha é fundamental para evitar o risco de contrair outros tipos de HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis, como a aids.

A camisinha é suficiente para proteger contra o HPV?
Nem sempre. O HPV pode estar no escroto ou no ânus, regiões em que a camisinha não chega, e ser transmitido durante a relação em qualquer tipo de prática (vaginal, anal e oral).

Vale a pena comprar a vacina?
Depende da situação econômica de cada um. Se para pagar as doses, a família precisar economizar em educação e em alimentação, esqueça a vacina. Se você gasta esse valor em roupas, aparelhos eletrônicos ou qualquer outro supérfluo, talvez seja mais vantajoso investir em saúde.

Por tudo isso, depois de analisar os benefícios e as limitações das vacinas, tenho uma única certeza: criar pânico na população por causa do HPV é uma leviandade.

fonte: Cristiane Segatto

Edição: Claudete Costa, LBL (membro da CISMU no CNS)

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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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