Em Teresina, segundo entidades negras, essa necessidade é gritante
As políticas públicas voltadas para mulheres negras ainda são uma necessidade dessa parcela da população, que não se sente totalmente contemplada pelas políticas universalistas.
Dentre as principais necessidades estão as de programas voltados para a saúde delas, já que elas são mais vulneráveis a determinadas doenças. Em Teresina, segundo entidades negras, essa necessidade é gritante.
Para discutir o assunto e outros voltados à população negra feminina, está sendo realizado, nesse final de semana, o I Seminário Estadual de Mulheres Negras e Saúde.
Doenças como diabetes tipo 2, anemia falsiforme, hipertensão arterial e câncer de colo do útero, por exemplo, são mais comuns em mulheres negras do que em brancas. Por causa disso e de outras particularidades dessa etnia, elas pedem ações voltadas especificamente para as mulheres.
Iraneide Soares da Silva, da Instituição da Mulher Negra do Piauí, afirma que se iniciaram há pouco tempo algumas ações voltadas para tentar suprir essa lacuna, mas ainda é tudo muito incipiente, em Teresina.
"Pesquisas já comprovaram que as políticas públicas universalistas não contemplam de forma eficaz a mulher negra.
Essas doenças mais comuns em mulheres com essa cor de pele geralmente são descobertas tardiamente e então o tratamento torna-se mais complicado, principalmente porque não há um tratamento pensado de acordo com essa perspectiva da mulher negra.
Além disso, há a falta de políticas públicas em outros setores como segurança, por exemplo, que acaba chegando na questão saúde também", afirmou.
A enfermeira da coordenação da saúde da mulher da Secretaria Estadual de Saúde, Lourdes Helena, afirma que já começam a ser articuladas ações dentro da Sesapi com o objetivo de contemplar de forma mais efetiva essa parcela da população.
Dentre as ações a serem realizadas na secretaria está a inserção de conteúdos relativos à saúde da mulher negra na formação dos profissionais de saúde.
Além disso, foi criada a coordenação de equidades, que irá articular técnicas voltadas para mulheres negras, e foi feita ainda a implantação do Programa de Saúde da Família para a população quilombola.
Fonte: Meio Norte /Instituto Geledés
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