04/09/2013

HPV: Mitos e Realidade

Recentemente, vimos voltar às manchetes dos principais jornais e revistas um velho conhecido, o vírus HPV. Esta é a sigla em inglês de papiloma vírus humano, conhecido como causador das verrugas genitais e principalmente, do câncer de colo de útero. Sua principal forma de transmissão é a relação sexual sem proteção com a pessoa contaminada, sendo considerada a doença viral sexualmente transmissível mais freqüente no mundo todo. Estima-se que até 70% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas pelo HPV em algum momento de suas vidas. O vírus é responsável por cerca de 500 mil casos de câncer de colo de útero em todo o mundo. No Brasil, o câncer de colo de útero é uma das principais causas de morte entre as mulheres, principalmente na região Norte e Nordeste.

Até agora, foram descobertos mais de 100 subtipos diferentes capazes de infectar os seres humanos, identificados por números (subtipo 6, 11, 16, 18, 31, 34 e etc) e divididos em 2 grupos: os mais agressivos, com maior potencial para o desenvolvimento do câncer (os tipos mais freqüentes deste grupo são o HPV 16 e 18) e os de maior potencial para causar lesões benignas, como as verrugas genitais (tipos 6 e 11), principalmente, na região genital e anal de homens e mulheres. É importante ressaltar que a presença de qualquer uma destas lesões aumenta o risco de contaminação pelo HIV.

O período de incubação do vírus (o tempo que leva entre a infecção e o aparecimento da lesão) permanece indeterminado, podendo durar meses ou até anos. É perfeitamente possível desenvolver uma lesão atual mesmo que a contaminação tenha sido há muitos anos. Portanto, fica praticamente impossível determinar quem é o responsável pela contaminação do/a parceiro/a ou a época exata da contaminação. Esta informação é fundamental, pois o HPV tem sido motivo de discórdia e desconfiança entre muitos casais.

Nos últimos anos, muito tem sido falado sobre o HPV e o risco de câncer. Não existem dúvidas que o HPV está presente em 100% dos casos de câncer de colo de útero e que também está relacionado ao câncer de pênis e de intestino. Entretanto, o fato de estar contaminado pelo vírus não significa necessariamente que o câncer se desenvolverá. A realidade é que menos de 3% das mulheres contaminadas desenvolve o câncer de colo útero. Na maioria das vezes, a infecção é transitória e o corpo saudável desenvolve mecanismos de defesa contra o vírus (os anticorpos) eliminando-o completamente do organismo em aproximadamente um ano após a infecção.

Todos os tratamentos disponíveis até o momento são direcionados para a remoção das lesões produzidas pelo vírus ou para reforçar o sistema imunológico da pessoa contaminada. Ainda não existe um tratamento específico para eliminar o HPV do corpo. Está sendo desenvolvida uma nova vacina contra o vírus capaz de evitar a contaminação pelos subtipos mais freqüentes (6, 11, 16 e 18) em até 90% dos casos.

A forma mais barata e eficaz de detectar a presença do HPV ainda é a realização do exame preventivo. Toda mulher que já iniciou a vida sexual 

Fonte: Mariana Maldonado, ginecologista, CRM/RJ 5266076-0 

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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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