05/09/2013

Audiência pública aborda saúde integral de lésbicas e bissexuais na Bahia


Audiência pública aborda saúde integral de lésbicas e bissexuais

04/09/2013
Saúde integral das lésbicas e mulheres bissexuais da Bahia foi o tema discutido nesta terça-feira (3), em audiência pública, na Assembleia Legislativa. O encontro foi promovido pelo mandato de Bira Corôa com o objetivo de pautar a discussão sobre o assunto, além de dar visibilidade ao segmento.
Para o deputado, que presidiu a mesa, as políticas de estado e de responsabilidade do governo não têm chegado na mesma proporção e condição de acessibilidade a todos os setores da sociedade, motivo pelo qual o debate se faz necessário e prioritário. "Estamos falando de um setor que se sente discriminado no cotidiano, até mesmo em uma simples consulta ao ginecologista. Não discutiremos aqui apenas a aplicabilidade da saúde, mas o contexto estruturante do setor de saúde para com esse segmento da sociedade, buscando alternativas para melhorias," explicou.
Em seu discurso, Virgínia Nunes, da Liga Brasileira de Lésbicas, enfatizou a falta de orientação dos médicos do SUS e de conhecimento por parte das lésbicas e bissexuais da importância da consulta médica, sobretudo ginecológica. "De acordo com pesquisas no segmento, muitos médicos não se sentem capacitados tecnicamente para abordarem o assunto e elas têm receio de serem tratadas com distinção e acabam alimentando dúvidas. O resultado disso é um consulta impessoal que não reconhece as diferenças das mulheres lésbicas e bissexuais e pacientes acuadas com receio da discriminação, afastando-as dos consultórios".
Margarida França (Guida), da Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), enfatizou que um dos maiores avanços nesta questão foi a implantação do Sistema Nacional de Saúde Integral de LGBT. "Essa iniciativa é um divisor de águas que vem possibilitando uma maior organização e visibilidade para a área técnica que trata do assunto na Sesab. Contudo, ainda este semestre, vamos implantar um comitê consultivo composto por representantes dos diversos órgãos relacionados para nos estruturarmos melhor e fortalecermos nossa atuação," disse Guida.
Ainda, participaram da mesa representante do Coletivo Lesbibahia, Lívia Ferreira; do instituto Yalodê, Altamira Simões; do Ministério Público, Márcia Regina Ribeiro; e da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Paulette Furacão._._,___

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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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