03/11/2013

RELATÓRIO “Oficina de Lideranças do Movimento Organizado de Mulheres para a Prevenção e Controle do Câncer”




Rio de Janeiro, de 23 à 25/10/2013, realização: INCA, REDE FEMINISTA DE SAÚDE E OPAS.

23/10 – Mesa de abertura com a direção do INCA/SAS/MS, Rede Feminista de Saúde, Coordenadoria Nacional da Área Técnica da Saúde da Mulher/SAS/MS e Secretaria Nacional de Políticas Públicas para Mulheres.

Bate-papo inicial, roda de apresentação dos movimentos presentes, com 40 mulheres presentes e da LBL, Claudete Costa e Verônica Lourenço da Silva.  Apresentação de Maria Beatriz Kneip Dias (Inca) – " O Desfio do Controle do câncer no Brasil" e Lilian Marinho (RFS), "Movimento Organizado de Mulheres, balanço e perspectivas".

Na tarde deste dia; Dialógos e Roda de Conversa, sobre os temas: Alimentação, Tabagismo e Exposição Ocupacional.

24/10 – Roda de Conversa – dialogando com o movimento organizado de mulheres sobre os temas: Informação, Comunicação e Educação em Saúde.

Na continuidade, na parte da tarde, discutimos e debatemos os conteúdos dos materiais de informação/ divulgação produzidos pelo INCA.

Nestes itens, pegou fogo o debate sobre " OUTUBRO ROSA", avaliação, críticas, encaminhamentos, planejamentos estratégicos.

25/10 – Trabalho em Grupos e Roda de Conversa, " O Movimento Organizado de mulheres e o controle do câncer".

Plenária final, apresentação dos trabalhos em grupo.

O  Movimento Organizado de Mulheres, presentes na Oficina, redigem e aprovam um documento unitário, intitulado: " CARTA DO RIO DE JANEIRO", NENHUMA MULHER DEVE MORRER DE CÃNCER SEM TRATAMENTO!

Alvorada, 27 de outubro de 2013.

Claudete Costa

LBL/RS

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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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