09/05/2014

Convite do Comitê Técnico da Saúde LGBT

Prezad@s,

Alguns informes e convites,

Conforme os encaminhamentos que constavam na ata da última reunião, discutimos a redação final do texto da portaria da Política Estadual da Saúde da População LGBT.

A portaria será assinada pela secretária Sandra no dia 15/05 - 14 horas no Gabinete, 6ª andar do CAFF. Contamos com a presença de vocês!

O texto então seguirá para discussão no Conselho Estadual de Saúde.

Enviamos também, anexo, a divulgação do Seminário de Saúde LGBT e Enfrentamento da Homofobia no Rio Grande do Sulque o Departamento de Ações em Saúde está organizando em parceria com a Vigilância das Violências do Centro Estadual de Vigilância em Saúde.

Trata-se de um evento de sensibilização do sistema de saúde para a temática. O público-alvo são profissionais de saúde (assistência e gestão) que atuam no Estado do Rio Grande do Sul (servidores municipais, estaduais e trabalhadores da rede privada de serviços) de todos os níveis de atenção.

Teremos uma mesa com relatos de pesquisa sobre a temática, e de relato de ações previstas. O CEVS apresentará a estratégia para notificação da homofobia no SUS e  DAS apresentará as ações que vem desenvolvendo e as que estão previstas (Curso EAD, campanha de enfrentamento do preconceito no SUS, cartilha participaSUS)

Conforme combinado, o seminário também contará com uma mesa de relatos de experiências com alguns membros do comitê (Alessandra (Protig / Santa Marta) Rubens (Fórum de ONGs/Aids) e Claudete (LBL/RS)
 
As vagas são limitadas (200) e as inscrições estão quase encerradas.

Ainda esse ano organizaremos outros eventos sobre essa temática voltados a um público mais amplo. 

Abraços!

Saúde da População LGBT
Departamentos de Ações em Saúde


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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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