12/11/2011

Integrantes do Conselho Nacional de Saúde veem com ressalvas atendimento domiciliar de pacientes do SUS

Integrantes do Conselho Nacional de Saúde veem com ressalvas atendimento domiciliar de pacientes do SUS
10/11/2011 - 18h07

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Lançado há dois dias pela presidenta Dilma Rousseff, o programa Melhor em Casa, que prevê atendimento médico domiciliar para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), foi visto com ressalvas por integrantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Para o conselheiro Francisco Batista Junior, se o Ministério da Saúde não cobrar a aplicação correta dos recursos do programa pelos municípios e estados, o atendimento em casa se tornará "apenas uma proposta interessante" dentro de pouco tempo. Segundo Batista Junior, o governo federal precisa impedir, por exemplo, que as secretarias locais contratem profissionais terceirizados para prestar o serviço, o que, para o conselheiro, ameaçaria a qualidade e a implantação do programa.

Ele defende a capacitação de médicos e outros funcionários da própria rede do SUS para integrar as equipes do Melhor em Casa. "Não há profissional qualificado em número suficiente. A tendência natural é terceirizar, contratar precariamente. O risco dos municípios pegar o dinheiro repassado pelo Ministério da Saúde para contratar uma empresa privada que contratará as equipes para o atendimento domiciliar é enorme", disse Francisco Junior, que representa a Confederação dos Trabalhadores em Seguridade Social da Central Única dos Trabalhadores.

Batista Junior considera mais interessante do que adotar um programa exclusivamente para atendimento domiciliar usar os recursos para aumentar o número de equipes de hospitais que já têm esse tipo de atendimento.

No Melhor em Casa, o dinheiro para custear as equipes será repassado pelo Ministério da Saúde e a contratação dos profissionais será responsabilidade dos municípios e estados. O governo federal vai dispor de R$ 1 bilhão para financiar mil equipes e 400 grupos de apoio até 2014. Até o final deste ano, serão repassados R$ 8,6 milhões.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que preside o conselho, disse hoje (10) que a pasta exigirá o cadastro atualizado mensal das equipes do programa para evitar fraudes. A declaração foi feita ao programa de rádio Bom Dia, Ministro, da EBC Serviços, produzido em parceria com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República.

Já a conselheira Maria de Lourdes Rodrigues teme que os cuidados em casa sobrecarreguem integrantes da família do paciente, principalmente as mulheres. "Tem que ter o olhar para essa família. Pode causar algum risco para a saúde das mulheres", disse a representante do segmento dos usuários do SUS no conselho e também integrante da Liga Brasileira de Lésbicas.

O atendimento em casa será feito por médico, enfermeiro, fisioterapeuta e outros profissionais, como fonoaudiólogo, nutricionista e psicólogo. Cada equipe vai atender, pelo menos, 60 pacientes durante toda a semana, 12 horas por dia. Nos fins de semana e feriados, o serviço será prestado em regime de plantão.

Poderão receber os cuidados médicos, em casa, pacientes com dificuldade de locomoção, idosos e recém-operados que não estejam em situação grave. Um dos argumentos do ministério para a criação do Melhor em Casa é o fato de o atendimento em casa oferecer menos risco de infecção e colaborar para a recuperação mais rápida do paciente, por estar em um ambiente conhecido e familiar. Com o programa, o governo federal espera reduzir as filas nas emergências dos hospitais.
 
Edição: Lana Cristina

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SUA SEXUALIDADE É ASSUNTO SEU, SUA SAÚDE É ASSUNTO NOSSO!


Mulheres lésbicas e bissexuais sentem-se inibidas em procurar ajuda do ginecologista. Revelar nossa intimidade num contexto social de enorme preconceito não é uma tarefa fácil. E ainda existe o medo do uso dos aparelhos (como o espéculo) para aquelas que não sofrem penetração nas suas relações sexuais.


Embora não seja possível estimar quantas vão aos consultórios, pois não existe a possibilidade de informação da orientação sexual no prontuário médico, apontamos para a falta de um espaço adequado para dialogarmos sobre nossas dúvidas e práticas sexuais.

A falta de acolhimento por parte do corpo de profissionais de saúde na rede pública, somadas ao medo da rejeição e ao preconceito efetivamente existente, faz com que muitas dentre nós saiamos dos consultórios com recomendações para usar pílulas anticoncepcionais ou camisinhas masculinas.

Sem orientação adequada algumas acham que só desenvolvem câncer de útero mulheres quem têm relações heterossexuais, deixando de prestar atenção a um fator de aumento de risco para aquelas que nunca tiveram uma gravidez e desconsiderando a necessidade de fazerem os exames e a prevenção de DSTs/AIDS.

Temos necessidade de efetivar o plano nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e assegurar a assistência ginecológica de qualidade e atenção à saúde integral em todas as fases da vida para todas as mulheres, sejam lésbicas, bissexuais, transexuais ou heterosexuais.

No consultório médico não entra o preconceito e ali TODAS SÃO BEM VINDAS!

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Principais Resultados da Pesquisa

  • Pesquisa revela tensão, por parte dos médicos, entre a noção de homossexualidade como distúrbio hormonal ou doença psíquica e a necessidade de aderir a um discurso “politicamente correto” de não discriminação.

  • No caso das mulheres os dados indicam que a saúde em geral é um tema delicado porque envolve experiências de discriminação e expectativas de desconforto, particularmente em relação à consulta ginecológica.

  • As mulheres mais masculinas tendem a evitar os médicos, recorrendo aos serviços de saúde, em geral, apenas nas situações em que se percebem incapacitadas para o trabalho ou para realizarem atividades cotidianas.

  • A abordagem das questões de prevenção faz pouco sentido para as entrevistadas lésbicas porque elas não percebem riscos nas suas práticas sexuais. Além disso, o tema desperta tensões no que diz respeito ao imperativo da fidelidade conjugal e a própria afirmação de uma identidade lésbica.

  • Há um pacto de silêncio a respeito da homossexualidade: os profissionais não falam sobre este assunto por medo de invadir a privacidade ou discriminar as pacientes, ou simplesmente porque não se sentem capacitados (tecnicamente) para abordar o assunto.

  • Já as mulheres têm receio de serem tratadas com distinção e alimentam dúvidas quanto à necessidade dessa informação durante a consulta, o que as faz silenciar sobre sua orientação e práticas sexuais.
  • O Resultado disso é uma consulta impessoal, que não reconhece a diferença das mulheres lésbicas e bissexuais, com pacientes acuadas pelo medo da discriminação explícita e um silêncio de ambas as partes que afasta as mulheres lésbicas, sobretudo as mais masculinizadas dos consultórios do SUS.

  • As consultas não raro resultam em receitas de contraceptivos e indicação de uso de camisinhas masculinas, o que faz com que as mulheres, invisibilizadas, não retornem ao consultório médico.


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